quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Em decreto, prefeito declara multas nulas; advogado contesta

Decreto 422 que trata do arquivamento
de multas prescritas
Ontem o prefeito Fábio Junqueira baixou o Decreto 422 que declarou nulas e determinou o arquivamento de todas as multas notificadas com mais de trinta dias entre a data de infração e a data da notificação. Com isso, uma grande quantidade de multas aplicadas pela Guarda Municipal são anuladas e o contribuinte não precisará mais pagar por elas.

O advogado Edésio Adorno contestou o modo que o prefeito Fábio Junqueira, do PMDB, encontrou para ‘resolver’ o problema com o ‘excesso’ de multas de transito aplicadas pela Guarda Municipal. Para Edésio, se as multas foram prescritas é porque o procurador do Município foi relapso e não promoveu a devida execução. “Teria agido com desídia?”, questiona. Aí o advogado explica: “Multa não é tributo. Trata-se de obrigação acessória, cuja exigibilidade é fulminada pela prescrição depois de decorridos cinco anos de inação do poder público”, fala.

Ao interpretar a legislação vigente, o advogado diz que quando há a afirmação de que as multas estão prescritas e serão canceladas automaticamente, algumas indagações se tornam inevitáveis:

1) Por culpa de quem esses contribuintes não foram acionados na justiça?
2) Quem será responsabilizado pelo prejuízo causado ao erário?
3) Por que somente depois de operado o fenômeno da prescrição esses contribuintes foram notificados?
4) O prefeito pode declarar extinta a punibilidade do contribuinte infrator e “cancelar multas aplicadas”?

Para ele, a resposta dessa última pergunta é não. Em seu entendimento se não ocorreu a notificação no prazo de 30 dias, o contribuinte interpõe recurso na Jari e o auto de infração será anulado. “Multas, mesmo não sendo tributo, também não podem prescrever em 30 dias. Já a multa que se torna exigível depois de decorridos o prazo de recurso, prescreve em 05 anos, conforme consta no Código Tributário Nacional”, afirma.

Ele entende que o procurador do município precisa se manifestar diante de tão estranha afirmação por parte do Executivo. Edésio finaliza dizendo: “Com o devido respeito, creio que o prefeito falou de afogadilho sobre a questão e levantou dúvidas ainda mais preocupantes”.


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